Dia Internacional do Livro

23 de abril de 2010

Hoje é o Dia Internacional do Livro e para mim que adoro ler, é um dia muito importante. Leiam mais, não existem só MP4 e IPOD's neste mundo. Leiam no comboio, no autocarro, em casa, mas leiam. Sabe tão bem cultivar a mente, imaginar outros mundos e pessoas.!!! Em português, inglês, espanhol ou em qualquer outra língua, o importante é LER!!!


Como sugestão litérária para hoje fica o livro que hoje a minha professora de Literatura Canadiana sugeriu, Anna Karenina de Leo Tolstoi:


Sinopse/Breve análise:


Ana Karenina é um romance cujo foco principal é a história de adultério de uma mulher em plena Rússia do século XIX. Um longo romance, de quase 900 páginas, mas que está muito longe de se resumir a um drama passional. A sociedade russa de então, representada por diversos personagens ao longo do romance, é devidamente caracterizada, a nível da estrutura de relações que existiam entre as várias classes sociais, da hierarquia de poderes, e das questões pertinentes que se colocavam para o futuro da Rússia, com uma forte comparação com a evolução da Europa.
Quase desde o início do romance, nota-se que existem dois focos principais - todo o enredo à volta do drama de Ana, e a busca existencial de Levine, que correm em paralelo sem quase nunca se encontrarem, pelo que poderia dizer que Tolstoi usa estes dois eixos para fazer a análise da sociedade russa e, por outro lado, das questões e problemas de cada um, que se colocavam tanto nessa altura, como agora, mantendo a actualidade do romance nos dias de hoje.
O romance tem vários momentos altos, particularmente aqueles que têm a ver com o humanismo dos personagens, no que eles revelam de bom e de mau, quer a nível da interacção com os outros, quer na interrogação que fazem a si próprios, com óptimos momentos de reflexão e também de autêntica comoção. O ser humano como ser insondável, mesmo para si próprio, e que não pode fugir ao seu próprio destino, muitas vezes devido a barreiras que coloca a si próprio, sob a forma de crenças, preconceitos, que lhe são incutidos pela sociedade ou, muitas vezes, que o próprio ser humano se socorre para se defender do insondável de si próprio. O que leva, e o romance revela-o, a acções e comportamentos imprevisíveis para os próprios personagens, cujas ideias acerca de si próprios resvalam perante situações limite, trazendo-lhe porventura maior maturidade através de uma maior abertura de espírito ou um maior cerrar de fileiras dentro dos dogmas que já tinham adoptado.
Não desdenhando do desenlace do caso de adultério de Ana, o ponto alto do romance são os últimos 9 capítulos, onde se dá a conclusão da busca existencial de Levine, em que este, em face de tudo aquilo que já explorou, analisa em conjunto todas as perspectivas sobre as quais se pode debruçar sobre a existência, como a religião, a filosofia, a ciência, e descobre o seu caminho neste mundo, ficando, no final, em paz com a sua existência. Um final lindo, sem pretensionismos, sempre numa linguagem simples, que nos deixa com um conforto no coração, em virtude do encontro de Levine com a humanidade, que serve de exemplo para cada um de nós.

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